17 maio 2007

O médico deve prescrever a prece como tratamento ?

A medicina vem se aprofundando na relação espírito-corpo e suas consequências, pois apesar de todos os recursos terapêuticos disponíveis na atualidade, as pessoas continuam se deprimindo, se suicidando, desesperadas em busca de algo que traga cada vez mais essa felicidade fácil, sensações que a "adrenalina" causa, mesmo que fugazmente.
A intercessão divina nos processos de cura, acompanha o homem desde seu primeiro momento na Terra, e é tratada de tão forma diferente quanto diferente são as religiões e crenças do planeta.
A maioria ainda considera milagre, toda e qualquer melhora onde não há uma explicação baseada na ciência oficial. A doutrina espírita explica através da lógica, que milagres não existem, pois isso se consituiria numa revogação das leis de Deus, e que para tudo há uma causa lógica, mesmo que nossa ignorância não nos permita entender o processo na sua totalidade.
Milhares de cientistas em todo o mundo se dedicam a pesquisar a influência da religiosidade, da prece e da crença na saúde humana. Fazendo-se uma pesquisa simples no google http://scholar.google.com usando as palavras em inglês pray and health, (oração e saúde) obtemos 32000 artigos científicos. Se pesquisarmos no google brasileiro http://www.google.com.br/ com as palavras oração e saúde, acharemos 821.000 referências. Evidentemente que a maioria não é produção científica como no caso citado acima, porém mostra a importância que o assunto vem merecendo, e a busca de toda a sociedade que anseia por métodos de cura mais simples, mais baratos, mais naturais e que levem a cura da alma.
Dr. William Harris, do
Mid America Heart Institute, Saint Luke's Hospital, Kansas City, realizou um estudo em pacientes que sofreram infarto. Eles eram divididos em dois grupos. Um dos grupos recebia preces a distância por 4 semanas e o outro tinha o tratamento convencional. O grupo que recebeu as preces teve 3 vezes menos complicações que o tradicional.
Dra Anne Mc Caffrey, médica da Universidade de Harvard conduziu em 1998 um estudo que avaliava a religiosidade das pessoas em todo Estados Unidos. 35% das pessoas admitiam usar a prece como auxiliar nas doenças. Ser mulher e ter mais de 50 anos aumentava a frequência das orações. Doenças como depressão, dores de cabeça e alergia também. Mas somente 11% dessas pessoas que oravam pela sua cura, discutiam isso com os médicos.
Dr. Michael Monroe, da Universidade da Carolina do Norte conduziu um estudo com 460 médicos e descobriu que 86% deles rejeitam a ideia de discutir a crença religiosa dos paciente, a não ser que o paciente estivesse morrendo.
Existem alguns artigos que não mostram nenhuma diferença entre receber ou não receber preces no processo de cura dos pacientes.
Seria muito interessante se os profissionais da area da saúde se abrissem mais para o assunto e passassem a discutir esse tópico nas consultas. Abordar a religiosidade do paciente cria um vínculo de apoio que a maioria dos pacientes anseia por ter. Raramente encontramos na nossa prárica médica diária pacientes que se incomodam em falar desse assunto.
Mesmo os evangélicos, normalmente mais radicais, aceitam conversar do assunto com tranquilidade, quando o convite é feito com absoluto respeito pela opinião alheia. Na verdade as bases do ensimento do Cristo estão presentes em todas as religiões. E esses são os pontos mais importantes a serem observados, não as divergências entre as crenças religiosas.
O objetivo dessa abordagem é dar suporte, abrir uma nova frente de tratamento que já se mostrou eficaz através da prece, da mudança de pensamentos, de hábitos de vida, etc.
Não vamos esperar a hora da morte para discutir assuntos religiosos e de crença. Em muitas famílias a simples menção desses assuntos parece gerar um mal presságio, como se fosse agourento abordar temas como Deus, prece, espiritualidade e outros. Só sabem conversar de novelas, de notícias extravagantes, de roubos dos políticos, de jogos de futebol e vão deixando a sujeira embaixo do tapete, desperdiçando momentos de conversa agradável e terapêutica.
Vários grupos de terapia se utilizam dessa técnica, onde cada um se expressa colocando seus pontos de vista, suas dificuldades, como melhorou, como piorou, e assim as pessoas vão aprendendo, se fortalecendo. Na relação médico-paciente, também podemos fazer a mesma coisa. No nosso dia a dia também.
O médico não só pode, como deve prescrever a oração, a prece como forma de tratamento. Sem fanatismo, sem radicalismos sem sentido que mandam parar as medicações e outras coisas absurdas. Somos um espírito habitando um corpo físico. Tratemos dos dois.
Não vamos ser espíritas somente dentro do centro, não sejamos católicos ou protestantes somente dentro das igrejas. É muito salutar vivenciar a nossa religiosidade continuamente, não com proselitismo tentando doutrinar a todos, mas de uma forma individual. Fechar os olhos e respirar fundo agradecendo a Deus por estarmos aqui com essa chance em nossas mãos pode ser a melhor prece de todas as nossas vidas, sem necessitarmos de púlpito, de discursos, de templos, pois o verdadeiro templo é interior, é lá que devemos edificar o tão falado Reino de Deus.
Relacionar de forma inteligente e racional a nossa saúde física com a epsiritual é sem dúvida o caminho mais curto para a cura verdadeira, a cura integral do ser.