29 setembro 2007

Gravidez sem feto - Dra Giselle Fachetti

Diversas publicações psicografadas, através de médiuns sérios, nos esclarecem que algumas das gravidezes que terminam em aborto são utilizadas como um dos meios terapêuticos do qual a espiritualidade se utiliza para recuperação de espíritos com risco de ovoidização, ou ainda, para a recuperação daqueles portadores de deformidades severas do perispírito.

O trânsito pela matéria, ainda que fugaz, permite a reestruturação do corpo espiritual. Os mecanismos de miniaturização e amnésia envolvidos no processo permitem o reequilíbrio de espíritos em sofrimento, principalmente naqueles vítimas de dores de tamanha intensidade que são tomados por estados de desagregação mental severa com grande risco de implosão do corpo espiritual.

Tal morbidade espiritual é também chamada de segunda morte, ou ovoidização. É descrita tanto por André Luiz no Livro Evolução em Dois Mundos, quanto por Adamastor no excelente livro, Ícaro Redimido, psicografado pelo médium mineiro Gilson Freire.

Se uma experiência aparentemente traumática e frustrante, como o abortamento espontâneo, pode ser utilizada para benefício dos sofredores, por que permitiria Deus, que esse aspecto fosse desprezado, enquanto inúmeros espíritos necessitam da abençoada terapia do choque físico?

Sabemos que ocorrem 90 milhões de nascimentos por ano no mundo e 60 milhões de abortamentos entre os espontâneos e os provocados. A energia mobilizada nesses processos dolorosos é imensa e tem utilidade não só para os envolvidos fisicamente no processo, mas também, para os que precisam recuperar anatomia do seu perispírito.

Nestes casos, mesmo havendo a influencia do campo morfogenético do espírito reencarnante, a formação do corpo físico fica prejudicada pelo grau de deformidade que esse principio estruturador apresenta.

Gravidezes nestas circunstâncias geram embriões e fetos com deformidades que são incompatíveis com a vida física, muitas vezes mesmo que a carga genética seja absolutamente normal. Por isso temos cerca de 10 a 20 por cento de abortamentos em gravidezes clinicamente detectadas.

Do ponto de vista médico existirão diversas explicações para o desenvolvimento inadequado do concepto e sua posterior eliminação. Doenças genéticas, teratogenicidade induzida por fatores ambientais, tais como infecções e medicamentos, alterações imunológicas, distúrbios do metabolismo enzimático e protéico.....

Tais explicações são absolutamente verdadeiras do ponto de vista material, mas a causa dos abortamentos espontâneos vai além da questão física. O espírito, que deveria presidir a formação de um novo corpo físico, traz em sua complexidade morfológica as deformidades que se transmitirão por ressonância mórfica ao seu duplo físico.

Em algumas entidades tal é a deformidade que apresentam que não são capazes de induzir a matéria a mais do que uma proliferação desordenada e agressiva de tecido sincicial como observamos nos casos de mola hidatiforme.

Os espíritos parasitas que se habituaram por séculos a extrair energias vitais de seus parceiros obsedados, os quais cumpriam sua penosa caminhada terrena, não mais do que essa capacidade podem oferecer aos tecidos cuja neoformação induziram.

Uma vez tratada a doença e eliminadas as células agressivas do organismo materno, a fonte de exploração seca. E, então, o parasita é forçado a obter energias da sua própria economia fisiológica.

Neste momento crucial ele é capaz de vislumbrar flashes de consciência, que se reforçados pela energia amorosa da família que sofreu a perda com resignação e esperança, servirão de combustível para o seu desabrochar definitivo como espírito consciente, o que já foi antes de afundar no charco de seu desespero.

Portanto, apesar de ser possível em situações excepcionais, a existência de gestações sem que haja espíritos a elas destinados, essa situação é raríssima. Rara, pois que a espiritualidade superior é extremamente organizada e procura não perder nenhuma oportunidade de realizar o bem.

E ainda, quando isso excepcionalmente acontece, tenhamos a certeza que não se formará um sistema orgânico perfeito e funcional, pois tal não é possível sem a influência de um espírito com sua estrutura fisiológica minimamente adequada.

Serão no máximo as gravidezes anembrionadas e mais freqüentemente os microabortos, que ocorrem de forma até imperceptível ao diagnóstico clínico.

Sabemos que cerca de 70 % dos ovos são perdidos sem que cheguem a gerar gravidez clinicamente detectável. Isto sim, ocorre por não haver espírito determinado para encarnação naquela oportunidade.

Hoje, podemos esclarecer melhor, o que foi genericamente abordado no Livro dos Espíritos. Naquela época sequer se conheciam as diversas possibilidades em termos de causas orgânicas de abortamento e teratogênese. Daí por que houve uma resposta essencialmente genérica. Agora, entretanto, já temos condições de nos depararmos com verdades mais profundas.

Entre os natimortos alguns haverá que
não tenham sido destinados à encarnação de Espírito?

“Alguns há, efetivamente,
a cujos corpos nenhum espírito esteve destinado.
Nada tinha que se efetuar para eles.
Tais crianças então só vem por seus pais.”


A utilidade desse conhecimento se faz pelo objetivo primordial de valorização da vida, quer ela progrida, ou não, além das barreiras do ventre materno. Qualquer que seja a duração de uma gravidez, ela deve ser vivida com amor.

Os pais devem saber que o amor que transferem ao espírito que foi espontaneamente abortado, ao portador de deformidade física incompatível com a vida, ao deficiente, é o medicamento abençoado que os curarão da morbidez que longamente carregam, em função de seus próprios delitos, mas que por caridade Divina tem essa oportunidade impar de tratamento reestruturador.

Se o amor e a aceitação impregnam as entranhas maternas que acolhem o doente frágil em internação de caráter intensivo, emergencial e, na maioria das vezes, compulsória, o resultado só pode ser o milagre da recuperação plena da anatomia espiritual.

Repercussões ainda mais significativas ocorrem como resultados dessas experiências marcantes. Em um futuro breve a família que sofreu com a perda inesperada, pode ser presenteada com uma linda criança, para que cresça sob sua guarda. Criança esta agradecida e doutrinada para o bem, já que aprendeu pelo exemplo e pelo sentimento.

A redoma de amor que se formou durante a gravidez frustrada permanece incubando o ex-sofredor e protegendo-o em sua nova fase. É um reservatório energético que o conduz firmemente através das desventuras que terá que atravessar, ainda no mundo espiritual, para ser digno de uma outra oportunidade reencarnatória, agora passível de êxito do ponto de vista de realizações cristãs.

Ele, após essa sublime transfusão energética recuperadora do seu corpo espiritual debilitado, passa a captar as instruções superiores e consegue, finalmente, fortalecer-se no caminho do bem. Bem que o conquistou nesse breve período de terapia intensiva que é denominada pelos servidores imateriais do Cristo como choque físico de amor.

22 setembro 2007

Fecundação: início da formação de um novo ser - Dra Cristiane Assis

O ser humano sempre teve curiosidade sobre os mistérios da vida. Com as descobertas científicas, em particular a do microscópio, o homem foi capaz de vislumbrar o momento do encontro entre óvulo e espermatozóide, ao qual denominou fecundação. A explosão de vida que surge desse encontro surpreendeu e surpreende até hoje. O surgimento de um ser único e com identidade genética própria, a partir do simples encontro de duas pequenas células, é algo que deixa qualquer um deslumbrado.
Porém, informações que nos são dadas pela generosidade dos amigos do plano espiritual mostram que tal encontro não é tão simples assim. Inúmeros são os fatores que envolvem o retorno de um espírito ao corpo físico e para observá-los o homem ainda não foi capaz de desenvolver instrumentos adequados.
Falaremos sobre as gestações que envolvem um espírito reencarnante, deixando para abordar as fecundações sem espíritos quando comentarmos sobre as complicações da gravidez.
Não existe fórmula fixa para a reencarnação. André Luiz nos lembra que acreditar que existe uma técnica invariável no serviço reencarnatório seria a mesma coisa que dizer que a forma de morrer é única para todas as pessoas. A reencarnação pode envolver grandes planejamentos ou ocorrer de forma compulsória, dependendo da evolução e grau de merecimento do ser reencarnante. Em Entre a Terra e o Céu , o Ministro Clarêncio explica a André Luiz que milhares de renascimentos na Terra ocorrem de maneira automática, bastando para isso o magnetismo dos pais, aliado ao forte desejo do espírito reencarnante.
Mas em que momento ocorre essa ligação? Em A Alma da Matéria, Dra Marlene Nobre ressalta que as orientações dos Espíritos Superiores não deixam dúvidas de que a união da alma com o corpo ocorre no instante da concepção. Isso demonstra a importância desse momento no processo reencarnatório. A partir daí, ao longo de toda gestação, o feto estará sujeito a influências físicas, mentais e espirituais provenientes de sua mãe e do meio ambiente.
Em Missionários da Luz, André Luiz nos fornece um relato detalhado sobre os mecanismos envolvidas na reencarnação de Segismundo. Destacaremos aqui as informações referentes à fecundação.
Em 1943, ano em que o livro foi psicografado, André Luiz nos explicava que o perispírito do reencarnante atua sobre o óvulo, dirigindo-o na seleção do espermatozóide, de modo a escolher o mais “útil” à programação reencarnatório. Essa informação só foi comprovada pela ciência em 1991, quando um estudo realizado em conjunto por cientista americanos e israelenses, demonstrou que uma substância produzida pelo óvulo ou por suas células vizinhas, era a responsável pela seleção do espermatozóide mais apto. Tal descoberta provoca uma mudança significativa nos estudos sobre fertilidade, uma vez que até então, acreditava-se que o espermatozóide “vencedor” seria o mais rápido.
Assim, passamos a entender um pouco melhor porque em alguns casos de anomalias cromossômicas, entre milhões de espermatozóides, aquele que fecunda o óvulo é “anormal”.
André Luiz prossegue seu relato descrevendo que o encontro entre os gametas dos pais gera um microscópico globo de luz, sobre o qual Alexandre ajustou a forma de Segismundo que se encontrava interpenetrada no perispírito de sua mãe. Quando isso ocorre ele nos conta que “essa vida latente começou a se movimentar”.
Através de relatos como os de André Luiz, podemos compreender melhor as emoções provocadas pela divisão celular aparentemente desordenada de um zigoto, capaz de gerar um novo ser. Não é o acaso que orienta sua formação, mas sim um espírito em busca de aprimoramento. A “construção” de seu corpo é apenas o primeiro passo de sua nova jornada.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
- A Alma da Matéria – Marlene Nobre – Cap 4: O processo reencarnatório - FE Editora Jornalística
- Entre a Terra e o Céu – Francisco Cândido Xavier pelo espírito André Luiz – Cap 28: Retorno -Federação Espírita Brasileira
- Missionários da Luz - Francisco Cândido Xavier pelo espírito André Luiz – Cap 13: Reencarnação

Para maiores informações consulte o site da folha espírita - http://www.folhaespirita.com.br/
Dra Cristiane é ginecologista, especializada em Medicina Fetal, escreve na Folha Espírita e é autora de livros, sendo o último -Gestação encontro entre almas.

15 setembro 2007

Sobre a Legitimidade do aborto no estupro. Dra CECÍLIA MOREIRA ALVARENGA

A palavra aborto vem do latim ab-ortus, ou seja, privação do nascimento. À luz da nomenclatura científica, chamamos abortamento, a interrupção da gravidez antes do final de seu desenvolvimento e aborto é o resultado da ação. Isto é, o produto do abortamento.
No título coloco a palavra legitimidade, que mais me coloca em dificuldades do que me favorece. Legitimidade é um dos grandes conceitos da humanidade. Legitimo é o verdadeiro e para se ver a legitimidade de algo é preciso ter visão legítima, mas nós temos limitações, porque ficamos na superfície das coisas, não adentramos a essência dos fatos.
A Obstetrícia Moderna tem vários tipos de abortamentos em sua classificação, mas aqui trataremos de um tipo polêmico de abortamento, aquele que é fruto do estupro (crime de constranger alguém ao coito com violência). Neste caso, denominamos abortamento sentimental.
Esta discussão envolve aspectos científicos, morais, éticos, religiosos e políticos, o que reveste o tema de grande responsabilidade. A razão, a ciência e a espiritualidade nos acodem!
A princípio devo falar do grande risco do abortamento, tanto no que tange a morbidade quanto a mortalidade materna. Nos países em desenvolvimento há em média 330 mulheres mortas para cada 100.000 abortamentos provocados. Todos nós obstetras, sabemos que estas cifras são subestimadas e que o problema é muito maior do que podemos considerar.
Há países onde o abortamento é legal, mas no Brasil ele ainda é tipificado como crime contra a vida pelo Código Penal Brasileiro (1940), art.128, exceto em duas situações:


Quando não há outro meio de salvar a vida da mãe.
Quando a gravidez resulta de estupro.

Recentemente, em julho de 2004, no processo de descumprimento de preceito fundamental, o Ministro Marco Aurélio de Mello do STF, autorizou a interrupção da gravidez nos casos de anencefalia (ausência do cérebro físico). Determinação ainda duvidosa, mediante sua revogação em 20-10-04. E, até o momento, este fato reveste-se de polêmicas e dúvidas.
A legalização do abortamento no Brasil, ainda está em discussão. Estamos analisando leis humanas e, portanto, mutáveis, transitórias! Racionalmente, quando falamos em estupro, forma-se uma nítida imagem em nossas mentes: a vítima indefesa e inocente, e o algoz selvagem e monstruoso.
Contudo, é preciso ser legítimo em nossas considerações... E os conhecimentos espirituais nos obrigam a fazer uma análise diferente. Não existe vítima ou algoz, são pessoas que trazem experiências negativas em seus patrimônios espirituais. Principalmente na esfera da sensualidade e da sexualidade, desajustes estes, geralmente, oriundos de encarnações anteriores.
Ambos encontram-se envolvidos na mesma sintonia energética. São vínculos energéticos que os atraem para o mesmo campo vibratório que os afinizam. Vibrando na mesma "faixa" de desequilíbrios entregam-se ao ato insano - o estupro.
Porém, o problema pode ser maior... Quando do estupro surge uma gestação. Dor, dilema, castigo, repulsa. Turbilhões de sentimentos desarmoniosos.
"Nada é por acaso", nem uma gestação resultante de um estupro. Todos os envolvidos, mãe, espírito reencarnante, familiares, colherão os frutos desta situação, pois todos estão espiritualmente envolvidos em todo o processo.
Vamos analisar o papel de cada um deles:

Mãe-vítima:
A colocação pode ser dura, mas esta mulher só está colhendo sua semeadura. Vive uma experiência provacional necessária. As ações mentais da gestante repercutem, profundamente, sobre as ligações energéticas com o embrião ou feto.
Se ela opta pelo abortamento, gera processos depressivos em função do sentimento de culpa e apartir daí surgem doenças físicas, mentais e até o suicídio. Assim, distonias energéticas se imprimirão no psicossoma materno e em futuras encarnações ocasionarão doenças na esfera da fertilidade, sexualidade, doenças gestacionais e etc.

Espírito reencarnante:
Ele também não é vítima, pois traz consigo dores e desarmonias e também vive uma condição provacional ou expiatória. Normalmente, já estava imantado ao perispírito materno e aproveita a ocasião do estupro para ocupar o vaso físico.
Quando se vê rejeitado, pelo abortamento, desenvolve grande ressentimento, ainda maior do que o que já existia. Pode permanecer fixado ao centro genésico materno, determinando doenças ginecológicas e obstétricas.

Médico executor do aborto (excluo os aborteiros curiosos):
O Conselho Federal de Medicina garante a execução deste aborto sob apresentação de Boletim de Ocorrência, para proteger o trabalho médico. Contudo, este BO seria dispensável sob o aspecto legal.
Médicos organicistas só consideram a vida biológica e não admitem a existência do espírito. Esta visão não os isenta da culpa e, incontestavelmente, pagarão por ela. Entretanto, a responsabilidade será amenizada, posto que Deus leva em conta a intencionalidade do ato.


Diante destas considerações, não há um único fato que apoiaria o aborto. Vale a citação bíblica do Êxodo, 20:13: "Não matarás".

Mãe e espírito reencarnante têm no lar, "escola de reajustes", a santa oportunidade de aprender o exercício do amor.

O abortamento no estupro, portanto, é ilegítimo!

08 setembro 2007

A influência do corpo espiritual na formação do corpo físico DRA GISELLE FACHETTI

Sabemos que o espírito imortal, altamente complexo, atua em relação ao desenvolvimento embrionário como o Modelo Organizador Biológico descrito por Hernani Guimarães pela primeira vez em 1958.

Teoria similar veio a ser proposta, apenas recentemente, pelo renomado biólogo Rupert Sheldrake que chamou esse sistema imaterial com função modeladora, MOB de H. Guimarães, de campo morfogenético.

Sheldrake, inicialmente, descreveu os campos mórficos que atuam em grupos de seres conectados entre si por inter-relação estável e os descreveu como a teoria do 99º macaco.

Os campos mórficos não são campos elétricos ou eletromagnéticos, não são campos carreadores de energia, por isso eles não perdem potência em relação á distância em que atuam. Isso se reveste de grande importância quando consideramos os campos mórficos que unem populações de animais, seres humanos e outros grupos de seres vivos. Esses campos transportam informação, por mais estranho que isso possa parecer.

O campo morfogenético, de ação individual, atuaria como modelador tridimensional do crescimento de células e tecidos específicos permitindo uma adequada proporção somática entre os diversos órgãos e o organismo como um todo. Função essa não cumprida pelos ácidos nucléicos.

Tal pode ser inferido pela adaptação de um tecido exógeno implantado às dimensões espaciais do receptor, como ocorre nos transplantes de fígado.

A porção do órgão recebida mantém sua carga genética original, porém cresce e molda-se ao receptor conforme seu tamanho e não conforme as dimensões orgânicas do doador, pois se assim fosse, o doador teria que ter além de carga genética compatível, ter também compatíveis o tamanho de seus órgãos e vísceras passíveis de doação.

É claro que essa compatibilidade se faz necessária, em certos graus, em casos de órgãos como o coração, cuja dimensão influi na capacidade de ação como bomba ejetora que é.

Sem o campo morfogenético, limitador e organizador do crescimento celular e tecidual, esse processo ocorre apenas sob as ordens dos ácidos nucléicos, mas sem a possibilidade da organização espacial tridimensional proporcional como é encontrada em organismos vivificados por esse principio.

Tratar-se-ia de proliferação tissular semelhante à que observamos em meios de cultura artificiais. Talvez, algum grau maior de ordem possa ser oferecido pela ação indireta do sistema modelador próprio do psicossoma materno. E, é este o argumento usado por André Luiz no livro Evolução em Dois Mundos para explicar a questão 356 do livro dos espíritos.

Entre os natimortos alguns haverá que não tenham sido destinados à encarnação de Espírito?
“Alguns há, efetivamente, a cujos corpos nenhum espírito esteve destinado.
Nada tinha que se efetuar para eles. Tais crianças então só vem por seus pais.”


Questão esta intrigante pela afirmação da existência de natimortos para os quais não haveriam espíritos designados. É provável que o termo natimorto não tenha sido usado conforme é hoje definido pela medicina moderna.

Natimorto é a morte do feto ocorrida ainda dentro do útero. Trata-se de morte fetal e não embrionária. Quando ocorre morte fetal precoce, antes de 20 semanas de gestação (ou mesmo embrionária, até a 11ªsemana de gestação) o processo de perda é chamado de abortamento. O produto do abortamento é o aborto.

Quando uma gestação chega ao período fetal houve, necessariamente, a formação de todos os órgãos da economia sistêmica humana em seus mais minuciosos detalhes.

O feto precisa de um coração eficiente no bombeamento sanguíneo e de um sistema circulatório perfeito para que seu adequado crescimento ocorra. Essa precisão somente seria obtida sob a direção do campo morfogenético, imaterial, mas imprescindível para a morfogênese exata dos seres vivos.

Caso o sistema morfogenético do psicossoma materno, ou espírito materno, fosse capaz de oferecer esse controle a um outro indivíduo em processo de desenvolvimento orgânico na intimidade dos tecidos desse seu ascendente, poderíamos inferir que analogamente existiria, também, outra possibilidade ainda mais questionável.

A possibilidade de que, pelo mesmo processo, os tumores oriundos das células germinativas pudessem se desenvolver com arquitetura mais harmônica do que encontramos, por exemplo, em portadoras de teratomas ovarianos.

Os teratomas possuem a capacidade de multiplicação e diferenciação tecidual que encontramos nos tecidos embrionários mais precoces, mas a falta de um modelador de ordem espiritual faz com que, efetivamente, produzam-se apenas tecidos monstruosamente aglomerados em oposição ao embrião trilaminar que sucede ao relativamente simples blastocisto.

Argumentariam outros que, neste caso, não existe a vontade materna em gestar e receber um filho em seus braços. O que, de fato, agiria na condução da força do campo morfogenético materno para que atuasse indireta e excepcionalmente sobre os tecidos ovulares.

Entretanto se o campo morfogenético materno já é o molde para seu próprio organismo, esperaríamos, nesta circunstância hipotética, que o organismo gestado, através dessa influência, preservasse as características somáticas maternas. O que nos parece um tanto complexo para se dar freqüentemente.

O item b da questão 356 do Livro dos Espíritos nos apóia nessa conclusão, ainda que indiretamente:

Toda criança que sobrevive tem, necessariamente, um Espírito encarnado?Que seria ela, sem o Espírito? Não seria um ser humano.

Preparando-se para a volta.

De tempos em tempos somos impelidos a retornar ao Planeta Terra, visando colocar em prática as lições aprendidas na erraticidade (plano espiritual) e que foram exaustivamente discutidas com nossos mentores.
Nem sempre foi assim. No começo de nossa evolução, passávamos pelo plano espiritual, muitas vezes sem compreender que tínhamos desencarnado, que o corpo físico tinha ficado pra trás. Em muitas dessas oportunidades continuávamos as brigas e guerras começadas aqui no plano terráqueo e seguíamos até sermos conduzidos a nova oportunidade, visando esquecer o passado, desfazer laços de ódio e morte.
Em algumas de nossas experiências na carne aproveitávamos alguma coisa mais, guiados por seres de luz que ao reencarnar, cumpriam elevada missão na Terra. Mas sem a presença amorosa deles ao nosso lado, caíamos novamente, fazendo a nossa ascensão em espiral, subindo e descendo, progredindo e retornando até sedimentar bem os ensinamentos a ponto de fazer o que achamos certo de forma natural.
Os avatares se sucederam, com suas doutrinas e exemplos variados, e sempre vai ser assim em todas as moradas do Pai. Sempre estaremos acompanhados dos mentores amorosos que nos guiam e nos esperam, numa paciência sem fim aliada a uma compaixão sem limites. Preferimos escolher outras companhias, que vibram ainda arraigadas ao sexo, ao dinheiro, ao poder e principalmente ao egoísmo, e por isso as companhias espirituais da Terra são ainda na sua maioria de espíritos atrasados.
Na medida em que ganhamos discernimento, mais responsabilidade vamos tendo no processo renascer, e mais valor damos a esse momento mágico que constitui nossa volta ao plano de provas e expiações libertadoras.
Imagine que você poderia ter a chance de viajar para um país estrangeiro, distante, onde ninguém saberia quem você é, o que fez, podendo recomeçar do zero. O que você prometeria? O que mudaria? Se tivesse orientadores amorosos, que conselhos eles lhe dariam? Pois foi exatamente isso que aconteceu conosco antes de reencarnar. Habitando o plano espiritual, fomos acolhidos em uma colônia espiritual. Alguns de nós puderam ir a colônias mais bonitas e luminosas, com grandes Universidades. Passaram anos estudando e trabalhando tentando interiorizar os ensinamentos superiores, e envolvidos naquele ambiente de paz e amor fraternal, puderam alçar vôos mais altos.
Outros foram levados a colônias mais perto da Terra, às vezes postos de socorro em zonas umbralinas, mas também construídas em um ambiente de trabalho e amor, podendo ali, refazer suas energias e aprender a trabalhar em prol do outro, a favor de sua recuperação, pois na maioria das vezes, ao desencarnar, levamos a consciência culpada, pelas promessas não compridas e pelo tempo perdido em banalidades sem fim.
Independente do local aonde fomos acolhidos, e do tempo que ficamos na erraticidade, chegou um dia em que aqueles que se ligam a nós por laços de amor secular e às vezes milenar, se reuniram conosco no momento crucial de definir as metas e soluções para que nossa vida atual pudesse ser a mais proveitosa possível do ponto de vista espiritual.
Reunidos em salas apropriadas nessas colônias, relembramos cenas do passado recente ou distante, pormenorizando nossas falhas e acertos, sendo assistidos por médicos e técnicos do astral que se especializaram em preparar reencarnações. Muitas vezes ligados em excesso a culpa que nos assola o coração e a consciência, atrapalhávamos o processo de renascimento, querendo carregar mais do que poderíamos, ou em outro extremo, pretendendo fugir das responsabilidades, como crianças que solicitam ao professor o adiamento da prova.
Mas os mentores amorosos, imbuídos da sabedoria necessária a melhor nos orientar, traçam os caminhos gerais de nossa vida terrena, deixando que nosso livre-arbítrio seja nosso guia dentre de determinados limites que devem nos proteger.
São definidos os Pais, em encontro na espiritualidade que visa dirimir eventuais antipatias e iniciar um vínculo energético que sustentará a gestação.
Momentos de medo, tensão, angústia, naturais antes de qualquer viagem, aconteceram com todos nós. Tivemos medo de errar, de não estar à altura da expectativa criada nas reuniões com os mentores. O temor maior era esquecer completamente nossas missões individuais, pois uma vez aqui encarnados, não estaríamos mais envoltos naquele ambiente de amor e trabalho dedicado ao Cristo que tanto facilitava nossa vida no plano espiritual.
Uma vez iniciado o processo de miniaturização, para acoplamento do nosso corpo perispiritual com o zigoto em formação, mergulhamos no esquecimento abençoado, embalados no sono da esperança, mas isso já é assunto para outro dia.
Se temos a oportunidade de acreditar na reencarnação, mesmo não nos lembrando de forma clara de nossa missão e compromissos assumidos na espiritualidade, devemos fazer o máximo para que o Cristo viva em nossos atos diários, caminhando rumo ao Pai maior.
Paz e luz!

01 setembro 2007

Cuidados Periconcepcionais - Dra Cristiane Assis


Durante a gravidez, o corpo da mulher sofre inúmeras modificações. Tendo que trabalhar mais do que o habitual, alguns órgãos que antes desempenhavam aparentemente bem as suas funções, passam a apresentar sinais de “cansaço”. Com isso, a gestante muitas vezes apresenta alguns problemas de saúde que, devido ao número limitado de medicamentos que podemos usar durante a gravidez, são mais difíceis de serem controlados. Quando a fecundação ocorre sob essas condições, são maiores os riscos, tanto para a mãe quanto para o feto. É por isso que uma importante recomendação para quem pretende engravidar é procurar saber como anda sua saúde.

Outra orientação dada às futuras mamães é que busquem não estar muito acima dos seus pesos ideais. Para tanto, a dieta balanceada e a prática de atividade física são grandes aliados. Ambos auxiliarão no estabelecimento de uma rotina saudável para o período gestacional.

A reposição de ácido fólico por pelo menos um mês antes da fecundação até 3º mês de gravidez tem se demonstrado significativamente eficaz na prevenção de más-formações do sistema nervoso central do bebê.

Tais orientações visam apenas à parte orgânica do preparo para a gestação. Entretanto, no plano espiritual, outras providências envolvem a chegada de um bebê e a mãe pode colaborar para que tudo transcorra da melhor maneira possível.

André Luiz, através de obras como Missionários da Luz e Entre a Terra e o Céu, procurou nos colocar a par dos cuidados existentes no plano espiritual para que o retorno do espírito transcorra conforme o programado. Tudo é cuidadosamente acompanhado, o que torna a fecundação algo muito maior do que o simples encontro entre um óvulo e um espermatozóide.

Muitas vezes, o planejamento de uma gravidez tem a participação dos pais e dos futuros filhos antes mesmo do reencarne de qualquer um deles. Em alguns casos, laços familiares tão estreitos buscam a aproximação fraternal e o perdão recíproco entre esses espíritos. Isso porque dificilmente enxergarmos no indefeso bebê o algoz do passado, o que facilita seu acolhimento em nossos braços com sincero amor.

O corpo em que o espírito retornará ao nosso plano também recebe especial atenção, podendo o reencarnante participar ou não do processo, de acordo seus conhecimentos, e, conseqüentemente, suas responsabilidades. André Luiz nos conta sobre um setor em Nosso Lar, denominado de Planejamento de Reencarnações, criado para atender a tal finalidade. Ele nos ensina a importância do nosso envoltório orgânico, essencial para a aquisição de novos aprendizados. Lembra, também, que Jesus costumava chamá-lo de “templo do Senhor”, tamanha a sua significância em nossa jornada rumo à evolução.

Algumas vezes, faz-se necessário um encontro entre os pais e o espírito reencarnante durante o sono, objetivando que a aproximação entre eles seja a mais amena possível. Alexandre ensina a André Luiz que o plano espiritual não deve e nem pode forçar a reencarnação de um espírito. È necessária boa disposição dos pais para que isso ocorra. Porém quando há essa aceitação, as descrições do acolhimento amoroso dessas crianças por seus pais são muito emocionantes.

O auxílio do plano espiritual prossegue durante o encontro entre os gametas dos pais, buscando assim, assegurar o cumprimento daquilo que foi programado, a fim de que o corpo possa ajudar adequadamente esse espírito em suas novas lições. E ao longo de todos os meses da gestação, a presença dos amigos do plano espiritual será constante, à medida que lhes seja solicitado e permitido.

Ao contrário do que muitos podem pensar, o casal não é um agente passivo em todo esse trabalho do plano espiritual. Eles podem e devem participar, buscando manter os pensamentos elevados. Facilitam, assim, a aproximação daqueles que, por amor, desejam ajudar. Para isso, devemos buscar conversações e leituras edificantes.

É importante lembrar que antes mesmo que fisicamente a gravidez seja diagnosticada, o perispírito do bebê se encontra ligado ao da mãe, sofrendo influência direta de tudo que ela pensa e sente.

Em outras oportunidades, abordaremos de que forma esse vínculo tão estreito pode ser usado em benefício do feto. Por ora, lembramos apenas que o que de melhor podemos oferecer, principalmente aos nossos filhos, é o Amor. E não há melhor fonte para encontrar a sua verdadeira expressão do que nos ensinamentos de Jesus Cristo. Busquemos sempre agir conforme seus passos.

Dra Cristiane Assis é médica ginecologista especializada em medicina fetal. Escreve regularmente na folha espírita e já publicou alguns livros, sendo o último -" Gestação encontro entre almas". Para maiores informações veja no site da Folha Espírita - www.folhaespirita.com.br.