17 agosto 2016

Fotografia do pensamento

FOTOGRAFIA DO PENSAMENTO

FOTOGRAFIA DO PENSAMENTO

Ligando-se o fenômeno da fotografia do pensamento ao das criações fluídicas, descrito em nosso livro A Gênese, no capítulo dos fluidos, reproduzimos, para maior clareza, a passagem desse capítulo, onde o assunto é tratado, e o completamos por novas observações.
Os fluidos espirituais, que constituem um dos estados do fluido cósmico universal, são, a bem dizer, a atmosfera dos seres espirituais; é o elemento onde eles colhem os materiais com que operam; é o meio onde se passam os fenômenos especiais, perceptíveis à vista e ao ouvido do Espírito, e que escapam aos sentidos carnais, impressionados só pela matéria tangível, onde se forma a luz peculiar ao mundo espiritual, diferente da luz ordinária, por sua causa e por seus efeitos; são, enfim, o veículo do pensamento, como o ar e o veículo do som.
Os Espíritos agem sobre os fluidos espirituais, não os manipulando, como o homem manipula os gases, mas com o auxílio do pensamento e da vontade.
O pensamento e a vontade são para os Espíritos o que a mão é para o homem.
Pelo pensamento, imprimem a esses fluidos tais ou qual direção; aglomeram-nos, combinam-nos; e os dispersam; com eles formam conjuntos, tendo uma aparência, uma forma, uma cor determinadas; mudam as suas propriedades, como o químico muda as dos gases e de outros corpos, combinando-os segundo certas leis; são o grande atelier ou o laboratório da vida espiritual.
Por vezes essas transformações são o resultado de uma intenção; muitas vezes é o produto de um pensamento inconsciente. Basta ao Espírito pensar em uma coisa para que essa coisa se produza como basta modular uma ária para que essa ária se repercuta na atmosfera.
É assim, por exemplo, que um Espírito se apresenta à vista de um encarnado dotado de visão psíquica, sob a aparência que tinha quando vivo, na época em que o conheceram, posto que, depois, tivesse tido várias encarnações.
Apresenta-se com a vestimenta, os sinais exteriores – enfermidades, cicatrizes, membros amputados etc. – que tinha. Então; um decapitado se apresentará sem a cabeça. Isto não quer dizer que tenha conservado estas aparências. Certo que não; pois, como o Espírito nem é coxo, nem maneta, nem caolho, nem decapitado, mas, seu pensamento, reportando-se à época em que era assim, seu perispírito lhe toma instantaneamente as aparências, que deixa também instantaneamente, desde que o pensamento cessa de agir.
Se, pois, uma vez foi negro e outra foi branco, se apresentará como negro
ou como branco, conforme aquela das duas encarnações sob a qual for evocado, é à qual se reportar seu pensamento.
Por um efeito análogo, o pensamento do Espírito cria fluidicamente os objetos de que tinha o hábito de se servir: um avarento manejará o ouro; um militar terá as suas armas e o seu uniforme; um fumante, o seu cachimbo; um lavrador, a sua charrua e os bois; uma velha, a sua roca. Esses objetos fluídicos são tão reais para o Espírito, que é ele próprio fluídico, quanto eram materiais para o homem vivo; mas, pela mesma razão de serem criados pelo pensamento, sua existência é tão fugaz quanto o pensamento.
Sendo os fluidos o veículo do pensamento, traz-nos o pensamento como o ar nos trás o som. Pode, pois, dizer-se, com toda a verdade, que há nesses fluidos ondas e raios de pensamentos, que se cruzam sem confundir, como há no ar ondas e raios sonoros.
Como se vê, é uma ordem de fatos inteiramente novos, que se passam fora do mundo tangível, e constituem, se assim se pode dizer, a física e a química especial do mundo invisível. Mas como, durante a encarnação, o princípio espiritual está unido ao princípio material, daí ressalta que certos fenômenos do mundo espiritual se produzam conjuntamente com os do mundo material e são inexplicáveis por quem quer que não conheça as suas leis. O conhecimento dessas leis é, pois, tão útil aos encarnados quanto aos desencarnados, pois que só ele pode explicar certos fatos da vida material.
Criando imagens fluídicas, o pensamento se reflete no envoltório perispiritual como num espelho, ou ainda como essas imagens de objetos terrestres que se refletem nos vapores do ar; ele aí toma um corpo e, de certo modo, se fotografa. Se um homem, por exemplo, tiver a ideia de matar um outro, por impassível que esteja o seu corpo material, seu corpo fluídico está posto em ação pelo pensamento, do qual reproduz todas as nuanças; executa fluidicamente o gesto, o ato que tem o desígnio de realizar; seu pensamento cria a imagem da vítima e a cena inteira se pinta, como num quadro, tal qual está em seu espírito.
É assim que os movimentos mais secretos da alma repercutem no envoltório fluídico; que uma alma, encarnada ou desencarnada, pode ler em outra alma como num livro, e ver o que não é perceptível pelos olhos do corpo. Os olhos do corpo vêem as impressões interiores que se refletem nos traços do rosto: a cólera, a alegria, a tristeza; mas a alma vê nos traços da alma os pensa mentos que não se traduzem no exterior.
Contudo, conforme a intenção, o vidente bem pode pressentir a realização do ato que será a sua conseqüência, mas não pode determinar o momento em que se realizará, nem precisar detalhes, nem mesmo afirmar se realizará, porque circunstâncias ulteriores podem modificar os planos preparados e mudar as disposições. Ele não pode ver o que ainda não está no pensamento; o que vê é a preocupação do momento, ou habitual, do indivíduo, os seus desejos, os seus projetos, as suas boas ou más intenções. Daí os erros nas previsões de certos videntes, quando um acontecimento está subordinado ao livre-arbítrio do homem; não podem senão pressentir a sua probabilidade, conforme o pensamento que vêem, mas não podem afirmar que ocorrerá de tal maneira, nem em tal momento. A maior ou menor exatidão nas previsões, além disso, depende da extensão e da clareza da visão psíquica. Em certos indivíduos, Espíritos ou encarnados, ela é difusa ou limitada a um ponto, ao passo que em outros é clara e abarca o conjunto dos pensamentos e das vontades que devem concorrer para a realização do fato; mas, acima de tudo, há sempre a Vontade superior, que pode, na sua sabedoria, permitir uma revelação ou impedi-la. Neste último caso, um véu impenetrável é lançado sobre a visão psíquica mais perspicaz. (Ver A Gênese, capítulo da Presciência).
A teoria das criações fluídicas e, por conseguinte da fotografia do pensamento, é uma conquista do Espiritismo moderno e, de agora em diante, pode ser considerada como adquirida em princípio, salvo as aplicações de detalhe, que são resultado da observação.
Esse fenômeno é incontestavelmente a fonte das visões fantásticas, e deve representar um grande papel em certos sonhos.
Pensamos que aí pode ser encontrada a explicação da mediunidade pelo copo d’água (Ver artigo precedente). Desde que o objeto que se vê não pode estar no copo, a água deve fazer o papel de um espelho, que reflete a imagem criada pelo pensamento do Espírito. Essa imagem pode ser a reprodução de uma coisa real, como a de uma criação de fantasia.
Em todo o caso, o copo d’água não é senão um meio de reproduzi-la, mas não é o único, como o prova a diversidade dos processos empregados por alguns videntes.
Este talvez convenha melhor a certas organizações.
(Revista Espírita, junho de 1868)

04 agosto 2016

Decálogo para médiuns - André Luiz

1 – Rende culto ao dever.
Não há fé construtiva onde falta respeito ao cumprimento das próprias obrigações.


2 – Trabalha espontaneamente.
A mediunidade é um arado divino que o óxido da preguiça enferruja e destrói.


3 – Não te creias maior ou menor.
Como as árvores frutíferas, espalhadas no solo, cada talento mediúnico tem a sua utilidade e a sua expressão.


4 – Não esperes recompensas no mundo.
As dádivas do Senhor, como sejam os fulgores das estrelas e a carícia da fonte, o lume da prece e a benção da coragem, não têm preço na Terra.


5 – Não centralizes a ação.
Todos os companheiros são chamados a cooperar, no conjunto das boas obras, a fim de que se elejam à posição de escolhidos para tarefas mais altas.


6 – Não te encarceres na dúvida.
Todo bem, muito antes de externar-se por intermédio desse ou daquele intérprete da verdade, procede originariamente de Deus.


7 – Estuda sempre.
A luz do conhecimento armar-te-á o espírito contra as armadilhas da ignorância.


8 – Não te irrites.
Cultiva a caridade e a brandura, a compreensão e a tolerância, porque os mensageiros do amor encontram dificuldade enorme para se exprimirem com segurança através de um coração conservado em vinagre.


9 – Desculpa incessantemente.
O ácido da crítica não te piora a realidade, a praga do elogio não te altera o modo
justo de ser, e, ainda mesmo que te categorizem à conta de mistificador ou embusteiro, esquece a ofensa com que te espanquem o rosto, e, guardando o tesouro da consciência limpa, segue adiante, na certeza de que cada criatura percebe a vida do ponto de vista em que se coloca.


10 – Não temas perseguidores.
Lembra-te da humildade do Cristo e recorda que, ainda Ele, anjo em forma de homem, estava cercado de adversários gratuitos e de verdugos cruéis, quando escreveu na cruz, com suor e lágrimas, o divino poema da eterna ressurreição.

 
André Luiz, no livro O Espírito da Verdade - psicografia de Chico Xavier

02 agosto 2016

Energia sexual nas modalidades de relações íntimas - Dr. Ricardo Di Bernardi



Energia sexual nas modalidades de relações íntimas
          Dr. Ricardo Di Bernardi
      Vivemos e vivenciamos um século recém-egresso da fase histórica  da repressão sexual que ocorreu na sociedade terrestre e, ao mesmo tempo, convivemos com a reação exagerada a essa repressão, levando a condutas extremas de liberalidade.  

            Enfocaremos aqui a temática da energia sexual nas modalidades de relações íntimas, sem moralismo, porém baseados nos conhecimentos da dinâmica das vibrações psíquicas que ocorre no intercâmbio sexual entre dois espíritos reencarnados na Terra.  

            O processo evolutivo levou o ser humano a descobrir a monogamia como a forma mais viável para obter-se uma vida mais equilibrada, com maior possibilidade de paz, saúde e harmonia, apesar das nossas fortes tendências poligâmicas, decorrentes de inúmeras reencarnações anteriores, influenciar nosso comportamento atual.

            Um casal que se ame deve buscar, apenas, um no outro a complementação sexual, sem recorrer a relacionamentos múltiplos ou experiências comuns com uma terceira pessoa. A participação, - conjunta ou não - de um terceiro tornaria o intercurso sexual um ato desvinculado do amor e a harmonia energética far-se-ia senão impraticável extremamente improvável.
            Outro aspecto importante a se considerar; Como todo pensamento é uma ação mental, tudo que se pensa emite ondas e essas ondas se projetam rumo à determinada direção. Durante o ato sexual, há pensamentos que entram em sintonia com as correntes de pensamento do universo ampliando-se as energias de quem os produziu e cada casal navega em mares diferentes do grande oceano das energias cósmicas.

            Assim, quando pensamentos projetam-se do casal ou de um dos participantes do ato sexual para fora do ambiente íntimo, em direção específica, por exemplo, buscando imagens de outra pessoa, lembranças ou circunstâncias de terceiros, duas consequências se operam: o pensamento emitido Invade a privacidade de outrem podendo atuar na aura desta pessoa, além disto, pode ocorrer um retorno de energias, consciente ou inconscientemente emitidas por quem às recebeu, ou pelo acompanhamento espiritual que gira em torno dela, com as mais diversas consequências sobre quem iniciou a produção do pensamento e, até mesmo, gerando repercussões sobre a harmonia do casal.

            Quanto à forma ou maneira física do casal, na intimidade,  relacionar-se sexualmente, existem indagações frequentemente feitas pelas pessoas que se preocupam com as questões psíquicas, éticas ou religiosas. Haveria alguma forma correta ou incorreta de um casal praticar um ato sexual? Haveria alguma atitude física incompatível com os valores espirituais?

            Lembramos que devemos nos ater a nossa realidade de espíritos encarnados no Planeta Terra. Não somos, ainda, seres que podem abstrair-se da alimentação, ou seja, não há condições de completarmos nossas necessidades nutricionais apenas com a energia solar. Igualmente, não amamos continuamente como os seres angelicais, quando amamos o fazemos de forma fragmentária. Enfim, somos seres humanos, habitantes da Terra, com necessidades compatíveis com nosso nível de psiquismo e organização física.

            Tudo isto é verdade, porém não invalida que tenhamos conceitos estabelecidos em conhecimentos físicos e extrafísicos que ampliam nossa percepção e podem nos dar segurança em nossas condutas tanto sexuais como em todas as demais atividades que desempenhamos na vida.

             Devemos ter em mente um porvir de fecundas realizações espirituais, porém o equilíbrio e reposição das nossas energias ainda obedecem a nossa realidade – nosso estágio de homo sapiens terráqueo - por isto, o prazer sexual costuma fazer parte de nossas necessidades.

            Não há qualquer mérito em nos abstermos das alegrias do sexo quando o mesmo é sedimentado no amor. Não nos elevaria espiritualmente, nem eticamente, privarmo-nos da criatividade nas relações sexuais na busca da interação crescente do casal que está unido por amor.

            Não se adquire méritos espirituais na privação voluntária, conceito oriundo da ideia equivocada de penitência, mas sim no que construirmos de positivo na vida. As antigas crenças ou religiões que ainda conservam o ranço medieval refletiram os sentimentos de culpa dos sacerdotes (pelo celibato compulsório), cultivaram as limitações da sexualidade e cobriram com o estigma do pecado o intercâmbio criativo do relacionamento físico de um casal que se ama verdadeiramente.

            Tudo que um casal, na intimidade da vida conjugal, desejar experienciar, não envolvendo presenças ou energias externas, deve ser respeitado e compreendido como sendo descobertas mútuas de intercâmbio físico e deve associar-se a trocas de energias amorosas. Assim, somar-se-á um profundo e crescente enlevo psíquico que lhes permitirá alçar o voo da liberdade amorosa nas asas da responsabilidade e cumplicidade.        

Mente – Cérebro em ação. Dr. Milton Moura

Mente – Cérebro em ação. 


Ao longo dos últimos anos a ciência se abriu para examinar a natureza da vida. Podemos afirmar sem ressalvas que a “mente”, embora não seja visível, é, inequivocamente, “real”. A medicina já tem se aventurado a inserir em seus programas curriculares noções de empatia e redução do stress em estudantes de medicina e enfatizado a importância de ver o paciente como pessoa. Pode-se ir mais além, mas já é, sem dúvida, um início. Desenvolver um currículo mais abrangente e focado no “interior” poderia ser uma avanço para áreas como psiquiatria, pediatria e a própria psicologia dentro da medicina. Precisamos perceber que todos nós temos um “oceano” interno com intuições, pensamentos, sentimentos, memória, apego, narrativas e etc. Esse oceano interno com todos esses aspectos formam o que chamamos de “mente”. Mas o que é realmente a mente? Será que poderíamos dar uma definição para que as várias áreas do saber pudessem dialogar de maneira objetiva sobre o termo “mente”? É estranho perceber como a visão que cada uma dessas áreas do saber possuem sobre a mente é por demais divergente. Cada disciplina tem sua própria maneira de ver a realidade da mente. Se reunirmos linguistas, engenheiros da computação, geneticistas, matemáticos, neurocientistas, sociólogos, psicólogos do desenvolvimento e experimentais, perceberemos que cada qual enxerga e compreende a natureza do cérebro com sendo de alguma forma relacionada com a natureza subjetiva da mente.
Concorda-se facilmente que o cérebro é composto por um conjunto de neurônios protegidos pelo crânio e interconectados com o resto do corpo, porém não há uma visão compartilhada da mente e nenhum vocabulário para discuti-la. Um engenheiro da computação se refere a mente como “um sistema operacional”. Um neurobiólogo diz que ” a mente é apenas a atividade cerebral”. Um antropólogo fala sobre “um processo social compartilhado que atravessa gerações”. Um psicólogo diz que a “mente são nossos pensamentos e sentimentos”. E assim por diante. Essa divergência não ajuda em um entendimento integral podendo levar a desentendimentos entre as diversas disciplinas e corre-se o risco de não haver avanço. Como poderíamos definir a mente de maneira funcional que estabelecesse um ponto de partida para futuros diálogos? Eis a proposta: “A mente humana é um processo relacional e incorporado que regula o fluxo de energia e informações”. É isso! Essa definição é compatível com as abordagens de todas as disciplinas. A mente é real e ignorá-la não a faz desaparecer. Definir a mente possibilita compartilhar uma linguagem comum sobre a natureza interna de nossas vidas e possibilita para os profissionais da psicoterapia, medicina e educação acesso a essa linguagem comum. Vamos aprofundar em cada aspecto dessa definição.

A mente envolve um fluxo de energia e informações. Energia é a capacidade de realizar uma ação – seja ela mexer os membros ou pensar. Energia pode ser compreendida de diversas formas, mas essa “capacidade essencial de fazer algo” permanece a mesma. Utilizamos “energia” neurológica quando pensamos, falamos, ouvimos e lemos. A informação é tudo que simboliza algo diferente de si mesmo. As palavras que você lê ou ouve são ‘pacotes’ de informação. Os rabiscos na página não são os significados das palavras, e as que você ouve são apenas ondas de som movendo moléculas de ar em determinada frequência. O significado está na mente. Energia e informação andam de mãos dadas no movimento de nossas mentes. Somos capazes de fazer representações no físico para transmitir essa noção de informação. Nossa capacidade de “representar” uma reação emocional para nós mesmos, de dar-lhe um nome e um significado. Não somos máquinas! Máquinas não processam significados. Interação material não processa significado e coisas do tipo. Saber que nossas mentes regulam o fluxo tanto de energia quanto de informação nos capacita a sentir a realidade dessas duas formas de experiência mental e, depois, a agir sobre elas em ver de nos perdermos nelas. A mente, a todo instante, cria novos padrões de fluxo de energia e informação, os quais continuamos a monitorar e a modificar. Esse processo é a essência de nossa experiência de vida subjetiva.

A mente também é um processo regulatório. Pensemos no ato de dirigir. Se você tem as mãos no volante, mas os olhos estão fechados (ou focado em uma mensagem de texto), você pode fazer o carro se movimentar, mas não está dirigindo-o – uma vez que dirigir significa regular o movimento do veículo, ou seu fluxo, pelo tempo. Se você tem os olhos abertos, mas está sentado no banco de trás, pode monitorar o movimento dele (e fazer comentários, como alguém que conheço), mas não poderá movê-lo de fato. O que está sendo monitorado e depois modificado pela mente? Trata-se do fluxo de energia e informação. A mente “observa” o fluxo de energia e informação e depois molda as características, os padrões e direção dele. Cada um de nós possui uma mente única: intuições, pensamentos, sentimentos, percepções, memórias, crenças e atitudes singulares, em um conjunto regulatório de padrões também únicos. Podemos aprender a moldar esses padrões, a alterar nossa mente e como consequência o cérebro, ao ver, em primeiro lugar, a mente com clareza.

A mente é incorporada. Isso significa que o fluxo de energia e informação acontece, em parte, no corpo. A relação entre mente e cérebro torna-se óbvia. Porém não podemos passar uma navalha no pescoço e separar o cérebro do restante do corpo. Temos cérebros no coração, no intestino e etc. Finalmente, a mente é um processo relacional. A energia e a informação fluem entre as pessoas e são monitoradas e modificadas nessa troca compartilhada. Isso acontece agora mesmo entre você e eu, através da minha escrita e da sua leitura. Esses pacotes de energia saem da minha mente e agora entram na sua. Se estivéssemos juntos em uma sala esses “sinais” poderiam ser trocados de outra forma seja no domínio verbal ou não verbal. Os relacionamentos são a forma como compartilhamos o fluxo de energia e informação, e é esse compartilhamento que molda, em parte, com o fluxo que é regulado. Nossa mente é criada dentro de relacionamentos, incluindo o relacionamento conosco mesmos. Podemos perceber e sentir os outros. Temos a capacidade de ressonância por possuir circuitos cerebrais que realizam essa função. “Sentir sentidos” e sentir os outros é a base para realizarmos um aprofundamento sobre nossa própria mente. Muitos dos distúrbios atuais advém dessa incapacidade de se sentir sentido ou de sentir os outros. Depressão, bipolaridade, transtornos diversos do humor, explosões emocionais e até mesmo transtornos biológicos podem ser abordados sob uma visão de mente cuja definição aqui explicamos. Ver a mente como epifenômeno não ajuda muito. Dar a mente o valor que lhe é de direito permite um inicio de quebra de paradigma da separação. Temos a ressonância mutua dos relacionamentos e os princípios quânticos que sustentam a prática. É isso!

A mente é um processo que regula o fluxo de energia e informação. Sob essa perspectiva cria-se uma oportunidade para explorarmos outras dimensões de nossa mente incorporada e relacional e o que significa ser humano. A física quântica permite essa expansão da consciência quando utilizamos seus princípios e passamos a pensar quanticamente. Estamos diante de uma oportunidade única para mudar paradigma. Que possamos neste momento, partirmos para a prática desses princípios e construirmos uma sociedade melhor. “Mentes que se relacionam e regulam o fluxo de energia e informação”. De forma alguma estamos separados. Na verdade, há uma interconexão entre todos. A “substância” da “matéria” do grosseiro (externo) é a mesma da “matéria” sutil (interna), isto é, do oceano interno, ou melhor, da mente. Temos muito em que trabalhar. Em todas as áreas. Vamos adiante! É isso!

Abraços fraternos

Dr Milton Moura