30 outubro 2016

A escuta e a fala.


Hilário Silva nos traz no belíssimo livro – O espírito da verdade – um capítulo onde compara o ato de falar com a atitude de alimentar o espírito e o ato de ouvir com a atitude de receber esse alimento. Neste contexto, a língua seria uma colher e o ouvido, a garganta da alma.



Cada palavra dita, envolvida por suas emoções e intenções particulares, funcionaria como alimento ou veneno, remédio ou tóxico.

Vale a pena aprofundar nesse ensinamento.



No nosso dia a dia, a todo momento trocamos impressões com outras pessoas, seja na família, trabalho, onde quer que seja. Nessas conversas mais ou menos informais, recebemos e damos conselhos, pedimos e oferecemos ajuda ou em algumas ocasiões podemos ser a causa de desavenças e desarmonias ou até mesmo os receptores de energias negativas e densas.

Mas existe uma diferença fundamental entre as posições de quem fala e de quem ouve.

Quando eu escuto alguma coisa, teoricamente, eu deveria pensar primeiro se gostaria de receber o que está sendo entregue a mim. Ou seja, o ato de escutar deveria ser uma escolha e não uma porta aberta a toda e qualquer energia. Quem fala está oferecendo algo, mas quem escuta pode e deveria escolher se vai se apossar daquilo ou simplesmente deixar passar o que não lhe pertence.

Dias atrás uma paciente me disse no consultório que ficou extremamente ofendida com uma brincadeira do marido que a chamou de alcoólatra, numa brincadeira grosseira em família. Acontece que ela nunca bebeu na vida. Não é estranho que mesmo não mantendo nenhuma relação com a brincadeira de mau gosto, ela mesma assim tenha se ofendido?

 
Na verdade ela não colocou em prática o direito de escolher se aceita ou não o que está escutando.


Porém quando falamos não temos essa escolha.




No Sermão da montanha vemos a frase de Jesus - Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia (Mateus 5:7). Jesus, no alto da sua pedagogia espiritual nos ensinava que cada um se encontrará com o que tem. Se a minha língua (colher) se manifesta somente com palavras (alimentos) negativas, é disso que me alimento, porque antes das minhas palavras e sentimentos serem expressos, eles existem em mim, trazendo o alívio do medicamento ou o sofrimento do veneno.

Como encontrar a paz, se eu proclamo a desordem e a desarmonia aonde vou?

Mesmo que dentro de nós exista um vulcão de sentimentos em erupção eminente, é importante usar a disciplina para calar aquilo que pode prejudicar, entendendo que o primeiro a sofrer a ação negativa de palavras duras e equivocadas seremos nós mesmos.

George Herbert dizia - Quando falares, cuida para que tuas palavras sejam melhores do que o teu silêncio... –

Vamos nos policiar. A disciplina traz paz.

Vigiar nossas palavras é fundamental. Selecionar se aceitamos ou não o que escutamos também.

Paz e luz!

23 outubro 2016

Hipertensão: a causa está no espírito - Associação Médico-Espírita (AME-PR)




HIPERTENSÃO: A CAUSA ESTÁ NO ESPÍRITO


A Doutrina Espírita afirma que a causa das nossas doenças está no espírito e as lesões do corpo físico são projeções doentias do pensamento e dos sentimentos, mais especificamente do ego, da personalidade ou máscara.

“No caso da hipertensão arte rial, do ponto de vista da Medicina puramente materialista, suas causas podem ser renais, glandulares e cardio-circulatórias, porém a mais comum é de origem desconhecida, a chamada hipertensão essencial. Mas, no paradigma espírita, a causa está no espírito”, declara Júpiter Villoz Silveira, médico endocrinologista e vice-presidente da Associação Médico-Espírita (AME) de Londrina (PR), que tratou do tema no IV Congresso Nacional da Associação Médico-Espírita (Medinesp 2003), realizado em junho, em São Paulo (SP).

Júpiter lembra que o neurologista Antônio Carlos Costardi, de Taubaté (SP), autor de vários livros sobre a mente, entre eles Um condomínio chamado família, faz essa afirmação há anos. “Costardi nos diz que a hipertensão arterial sistêmica ocorre em pacientes com personalidade controladora, que, ao perderem o controle de uma determinada situação, geram um sentimento de raiva que, descarregado sobre o seu próprio corpo somático, produz, entre outras coisas, a hipertensão arterial”, afirma.

Para provar a tese de que todas as pessoas hipertensas têm personalidade controladora e traçar um perfil psicoespiritual do hipertenso, Júpiter convidou, este ano, aleatoriamente, pacientes hipertensos, tanto de seu consultório, como da instituição Casa do Caminho, de Londrina, que estivessem dispostos a participar do trabalho de investigação. As pessoas escolhidas foram de ambos os sexos, de 20 a 50 anos. Posteriormente, elas foram encaminhadas ao Instituto Reviver, clínica do médico Cláudio Sproesser, que trabalha com as doutoras Eliane Alves de Andrade e Marilene Moreli Padoa, onde passaram por testes em que foi avaliada a história detalhada de suas doenças e promovidos testes psicológicos. “Após anamnese detalhada e aplicação de testes como o Warteg, eles encontraram os seguintes resultados: intolerância, pessoas dominadoras e baixa auto-estima”, relata (a anamnese é a informação sobre o princípio e evolução de uma doença até a primeira observação do médico, e os testes de Warteg são avaliações psicológicas do paciente). “Entre a população avaliada, a intolerância e o comportamento dominador obtiveram um perfil de 100%. Já em relação à baixa autoestima, o índice constatado foi de 90% e o nível de estresse dessa população está numa escala altíssima”, completa Júpiter.

De acordo com Júpiter, aqueles que apresentam faixa etária acima de 40 anos e/ou aqueles que fumam, independentemente da idade, segundo a literatura médica, já estão na probabilidade da ocorrência de apresentarem ou já estarem apresentando alterações cardio-vasculares. “Mas, podemos afirmar que, independentemente do grau de cultura, a conscientização quanto à espiritualidade é fator predominante no equilíbrio da qualidade de vida do paciente”, diz.

O vice-presidente da AME-Londrina também aponta que, através dos protocolos avaliados, é possível identificar características quanto ao “eu” do indivíduo na sua afetividade, a sua ambição, sexualidade e proteção. “Pode-se notar algumas características comuns entre essas pessoas, como insegurança, busca de proteção, negação da sua individualidade, repressão da angústia, objetivos indefinidos e dificuldades quanto a sua sexualidade. Cabe ressaltar que também foram constatadas outras características distintas, sendo algumas positivas”, lembra.

Centro coronário 

Segundo André Luiz, no livro Evolução em Dois Mundos, temos particularmente no centro coronário o ponto de interação entre as forças determinantes do espírito e as forças fisiopsicos-somáticas organizadas. Dele, parte, desse modo, a corrente de energia vitalizante formada de estímulos espirituais com ação difusível sobre a matéria mental que o envolve, transmitindo aos demais centros da alma os reflexos vivos de nossos sentimentos, idéias e ações, tanto quanto esses mesmos centros, interdependentes entre si, imprimem semelhantes reflexos nos órgãos e demais implementos de nossa constituição particular, plasmando em nós próprios os efeitos agradáveis ou desagradáveis de nossa influência e conduta.

“A mente elabora as criações que lhe fluem da vontade, apropriando-se dos elementos que a circundam, e o centro coronário incumbe-se, automaticamente, de fixar a natureza da responsabilidade que lhes diga respeito, marcando no próprio ser as conseqüências felizes e infelizes de sua motivação consciencial no campo do destino”, finaliza Júpiter.

“Na obra de André Luiz, fica muito claro que o espírito é o responsável, através de seus sentimentos em desequilíbro, pelas lesões perispiríticas que se traduzem como doenças no corpo físico.”